No início de 2023, analistas, economistas e mercados financeiros em geral estavam muito pessimistas com o cenário econômico do Brasil.
A incerteza pairou entre uma mudança de governo, desafios de política fiscal e o aumento da inflação e das taxas de juro no exterior.
Portanto, esperava-se que o dólar se fortalecesse acima de R$ 5,20 neste ano. Aliás, nos primeiros dias de janeiro, quando Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse como Presidente da República, a moeda norte-americana disparou e atingiu o valor mais alto de 2023, sendo vendida a R$ 5,48.
Mas ao longo do ano, de acordo com o andamento da agenda econômica do governo Lula, haverá avanços nas discussões sobre política fiscal, forte entrada de investidores estrangeiros no mercado de ações do Brasil, debate e aprovação da reforma tributária, expectativas de recessão e início de cortes. a taxa básica (Selic) e os sinais de recessão externa desapareceram do radar, a alíquota caiu.
O dólar enfraqueceu tanto que chegou abaixo de R$ 5,00 em abril. Desde então, a moeda oscilou entre R$4,70 e R$ 5,25.
O relatório Focus do Banco Central desta semana mostra que o mercado espera uma taxa de câmbio de final de ano de R$ 4,93 na próxima semana.
Até 2024 , o Focus prevê um valor em dólar de R$ 5,00. E como o mercado vê a moeda norte-americana? Veja abaixo as expectativas dos bancos e casas de análise sobre o câmbio.
Itau
O Banco Itaú está cautelosamente otimista quanto ao desenvolvimento real, vê espaço para um desenvolvimento mais positivo, considerando a melhoria do ambiente internacional.
Segundo os analistas, a Reserva Federal (banco central norte-americano Fed) começará a cortar as taxas de juro mais cedo do que o esperado em 2024 . Desta forma, mitigaria parcialmente a esperada redução do diferencial de taxas de juro e levaria a um enfraquecimento das taxas de juro.
moeda a nível global. “Esperamos que a economia dos EUA tenha um desempenho melhor do que outras, o que limita as possibilidades de esperar um dólar global muito mais fraco. Isso dará lugar a uma verdade de maior prestígio no próximo ano”, afirma o Itaú.
Com isso, o banco prevê uma taxa de câmbio de R$ 4,90 para o próximo ano.
Santander
A equipe financeira do Santander está um pouco mais pessimista em relação ao dólar no próximo ano. Apesar da estabilidade das contas económicas externas, os analistas acreditam que a sua valorização real será limitada nos próximos meses.
Segundo eles, no exterior, porém, pode-se esperar uma política monetária rigorosa, uma correção dos preços das matérias-primas e um crescimento lento da economia chinesa. Enquanto estiver aqui, há riscos fiscais e sinais de que a taxa Selic continuará caindo.
“Embora tenha havido alguma melhora no curto prazo, o que nos levou a reduzir nossa previsão de taxa de câmbio para o final do ano [R$ 5,00], ainda mantemos nossa visão de uma moeda mais desvalorizada”, observa Santander. , com previsão de dólar de R$ 5,25 ao final de 2024.
Banco Inter
Por outro lado, o Banco Inter vê os riscos cambiais como desequilibrados.
Por outro lado, segundo analistas, o cenário financeiro pode trazer mais um mau vento entre os investidores, principalmente se o governo Lula não conseguir controlar o crescimento dos gastos.
Por outro lado, o fim do ciclo de taxas de juro nos EUA ajudará a limitar a pressão através dos spreads de juros, sublinha o banco.
Além disso, o Inter espera que a balança comercial continue em patamar forte em 2024 , assim como neste ano, mantendo o fluxo positivo.
O Inter, portanto, espera que o câmbio fique próximo de R$ 5,00 ou menos no final do próximo ano.
BB Investimentos
A BB Investimentos destaca o viés positivo do dólar devido à melhora do saldo externo e do cenário global.
Portanto, os dois fatores envolvem taxas de juros sincronizadas no segundo semestre, afirmam analistas imobiliários. Assim, segundo sua estimativa, o câmbio americano terminará 202 no mesmo patamar deste ano, em R$ 4,95.
Július Baer
Julius Baer O dólar brasileiro está se “revalorizando” e um dos principais fatores que sustentaram sua valorização global em 2022 e no terceiro trimestre deste ano é retirado: a política monetária dos EUA.
Como resultado, Mariam Dayoub, economista da área de investigação macroeconómica do director, vê a força da desvalorização monetária à escala global como mais limitada.
Aqui, Dayoub afirma que a balança comercial do Brasil é “muito boa”, apoiada pelas necessidades agrícolas e energéticas enquanto a capacidade de exploração da Petrobras cresce.
No entanto, ele acredita que o risco soberano estava sob controle depois que agências de classificação como a SandP elevaram a classificação de crédito do Brasil esta semana.
“Espera-se alguma estabilidade cambial, mas os períodos de tensão fiscal relacionados com o debate sobre a revisão das obrigações em 2024 levarão a algum enfraquecimento.
Porém, esses fatores internos e externos ajudariam o dólar a se fortalecer novamente após tais episódios”, analisou. Portanto, Július Baer Brasil vê a moeda norte-americana em R$5,00 no próximo ano.
O Ouribank, por outro lado, observa que o desenvolvimento económico da China também melhorará no próximo ano. Assim, alguns dados publicados recentemente, como o indicador de produção industrial, mostram alguma recuperação.
Warren
A Warren Investimentos está otimista com a evolução do câmbio no próximo ano. O estrategista-chefe da casa, Sérgio Goldenstein, acredita em um ambiente externo mais tranquilo.
Além de o Fed cortar as taxas de juros, vê o Brasil apoiando fortes fluxos comerciais.
Goldenstein entende que o risco de depreciação real é pequeno. Portanto, à medida que os riscos financeiros diminuem, há espaço para o fortalecimento da moeda brasileira. Então, fora esses riscos, o profissional de Warren vê o dólar perto de R$4,50 em 2024 .
EQI
A EQI Corretora também está atenta às finanças públicas e ao comprometimento do governo com medidas rigorosas. Alexandre Viotto, gerente de soluções da corretora, está atento aos movimentos futuros do Fed no exterior e também ao preço das matérias-primas.
Mas a partir do segundo trimestre, o profissional da EQI vê a moeda estrangeira mais próxima de R$ 5,30 do que de R$4,50.
Economista vê valor do dólar em R$4,30
em 2024 O economista e consultor André Perfeito espera uma perspectiva bastante otimista para a moeda americana em 2024 : R$4,30.
Ele explica que acredita que essa taxa de câmbio será sustentada por repetidos superávits comerciais, principalmente pela mudança no equilíbrio do petróleo e derivados, o que acaba favorecendo o Brasil. Hoje completam-se 70 anos da criação da Petrobras (PETR ).
Perfeito também vê um cenário de crescimento econômico mais forte e de crescimento da renda que deve surpreender os analistas de política fiscal e que o mercado ainda não levou em conta.
“A recente elevação da classificação de crédito do Brasil pela S&P mostra que o país está mais favorável e não ficaria surpreso em ver novas melhorias no próximo ano”, acrescenta.
Perfeito confirma a visão de que as opções de redução das taxas de juros estão se intensificando nos Estados Unidos, o que enfraquece a moeda através do diferencial de taxas de juros.
“A previsão de um dólar a R$ 4,30 pode parecer exagerada. Porém, acho que é conservadora. Estruturalmente, a economia brasileira mudou seu patamar no setor externo e isso ficará ainda mais evidente em 2024 “, estimou.
BB Investimentos | R$ 4,95 |
Economista André Perfeito | R$ 4,30 |
EQI Corretora | Perto de R$ 5,30 |
Inter | Perto de R$ 5,00 |
Itaú | R$ 4,90 |
Julius Baer Brasil | R$ 5,00 |
Ouribank | Abaixo de R$ 5,03 |
Santander | R$ 5,25 |
Warren | Perto de R$ 4,50 |